domingo, 10 de junho de 2012

FORMAÇÕES MARINHAS DA BACIA SEDIMENTAR DO PARANÁ

Juntamente com a nossa turma de Geologia sábado último fui conhecer as Formações Marinhas da Bacia Sedimentar do Paraná ao longo da BR470 em Santa Catarina. Já em sala de aula antes de saírmos, revíamos  que há 270 milhões de anos, quando os continentes ainda estavam unidos e próximos do Pólo Sul (Pangéia) existia uma cadeia de montanhas entre o continente Sul-Americano e Africano formada pelo choque destes dois continentes. Tal cadeia de montanhas, onde hoje é a Serra do Mar no litoral brasileiro a leste, e as montanhas do Paraguai a oeste, delimitavam um mar interno raso de bacia intercratônica (com rochas duras e antigas) e de plataforma com aproximadamente 200-300m até 5.000m de profundidade que ali surgiu após degelo de certa era glacial. O sul de SC onde hoje se encontra Torres e o Estuário da Prata eram entradas para esse mar. Nosso planeta sofreu graves modificações durante as eras glaciais, e como as placas tectônicas ainda se movem até hoje. Ainda está tudo registrado nas rochas de nosso solo...

Durante o intervalo de tempo compreendido entre o Neocarbonífero e o Eotriássico o Brasil e a África eram mais que simples vizinhas: suas províncias basálticas continentais (PBC) era uma terra única. Como resultado da ruptura do Godwana os continentes hoje estão separados pelo Atlântico. Durante nossa saída de campo sábado passado nosso querido professor Sérgio Borges nos mostrou vestígios desta verdade pelas serras do interior de SC.































A PBC Paraná-Entendeka está dividida em duas partes: uma encontra-se na Namíbia (África) e a outra, quase sua totalidade, na América do Sul com a denominação de Formação Serra Geral. (WHITE, 1908 - Comissão de Estudos das Minas de Carvão de Pedra do Brazil).


A ciência da sedimentologia ocupa-se com o estudo dos depósitos sedimentares e das suas origens. Os sedimentólogos estudam inúmeras feições apresentadas nas rochas que podem indicar os ambientes que existiam no local no passado e assim entender os ambientes atuais.



Mapa esquemático mostrando localização dos platôs de rochas ácidas da Província Magmática do Paraná - Etendeka, segundo informações de Bellieni et al. (1983, 1986b), Milner (1988); Duncan et al. (1989), Alberti et al. (1992), Stewart et al. (1996), Marzoli et al. (1999) e Nardy et al. (2002). Legenda: 1 – derrames de lava; 2 – Ácidas do Tipo Chapecó (ATC); 3 - Ácidas do Tipo Palmas (ATP); a – Ácidas da região de Tafelberg (equivalente ATP), b – Ácidas da região de Sarusas (equivalente ATC); c - Ácidas da Bacia da Namibe (equivalente ATC); d - Ácidas da Bacia de Kwanza (equivalente ATC).




O Grupo nota 10 e o mestre... mas...E a Ana? Está faltando a Ana...

Visitamos no mesmo sábado os Afloramentos da...


    1  Formação Rio do Sul
    2  Formação Rio do Sul - Varvitos
    3  Formação Rio Bonito
    4  Formação Serra Alta
    5  Formação Serra Geral - Sill de diabásio
    6  Formação Teresina
    7  Formação Rio do Rastro


O que é, o que é? Era líquido, metamorfizava por contato tudo que encontrava pela frente e tem um monte debaixo do solo de SC???

Pois  aqui é uma amostra do magma litificado que encontramos na última pedreira que visitamos.

Onde então era um vasto ambiente marinho no interior do Brasil, nossas placas tectônicas sofreram com era glacial, forte vulcanismo, isostasia, intemperismo... e o que vemos aflorado em superfície hoje é a prova da história de que nosso solo é vivo e ainda está em constante transformação.

sábado, 9 de junho de 2012

SALINIDADE DOS OCEANOS...

Cada vez mais me encanto com a Oceanografia. Minha querida coordenadora de curso me fascina toda vez que me compartilha sobre a origem, evolução e salinidade dos oceanos nas aulas de Introdução a Oceanografia. Fazendo um link com o que aprendi em Geologia, vejo que isto tudo está intimamente ligado à origem da nossa atmosfera. Ar e água... Nada mais são do que dois estados do mesmo fluído da nossa biosfera. 

Tanto os oceanos como a atmosfera evoluíram na escala de tempo geológico. A atmosfera da Terra primitiva de 4,6 bilhões de anos atrás foi totalmente perdida se compararmos com a nossa atual. Esta última é secundária sendo os seus constituintes originados do interior de nosso planeta. Desta forma não é possível estudar a origem dos oceanos sem estudar a formação da atmosfera e biosfera durante as eras geológicas.

Acredita-se que a Terra foi formada a partir de material interestelar, ou seja, poeira interestelar e gases do espaço. A atmosfera inicial da Terra continha gases inertes, como Kr, Xe, Ne, Ar, He, H, NH3 e CH4 e a temperatura era muito alta ( uns 8000ºC). Água nesta temperatura não existia.

Sabe-se que a Terra sofria impactos de asteróides e meteoritos e com este impacto de energia seria suficiente para expelir gases para o espaço, mas a temperatura era ainda muito alta (374ºC) e a água não condensava.

A formação de uma nova atmosfera ocorreu com os processos de resfriamento da Terra. Os voláteis ocluídos em rochas ígneas sofreram processos de desgaseificação quando as rochas esfriaram. Os gases expelidos pelos vulcões incluem H2, N2, CO, H2S, HCl, CO2 e vapor d’água. Observamos que ainda não havia oxigênio. 

Toda a água do planeta teria se originado do interior da Terra por atividade vulcânica e os oceanos começaram a se formar quando a temperatura diminuiu para 100ºC e a água começou a condensar.

Em 1986, o astrônomo Louis Frank anunciou uma nova teoria que sugere que a água dos oceanos teria vindo também do espaço sob a forma de moléculas nas caudas de cometas que durante bilhões de anos bombardearam a Terra primitiva.


A ciência acrescenta que há milhões de anos, desde quando os oceanos se formaram, os sais e outros minerais foram “arrastados” das rochas pelas chuvas e foram transportados para os rios e depois para os mares.

A água dos oceanos é salgada porque contém sais dissolvidos de várias origens: 

1. As rochas da crosta vão-se desgastando por erosão e há uma parte dissolvida desse material que é transportada para o oceano pelos rios. Ou seja: através da lixiviação das chuvas e carreamento pelas águas dos rios, houve o acúmulo nos mares do cloreto de sódio, ácido clorídrico e outros. Ao alcançar os oceanos estes sais foram retidos e concentrados no fundo dos oceanos. Durante a formação do oceano, o sódio foi sugado (do fundo) constituído o principal sal encontrado nas águas dos mares. 

2. As erupções vulcânicas libertam substâncias voláteis (tais como dióxido de carbono, cloro e sulfato) para a atmosfera, uma parte das quais é transportada por precipitação diretamente para o oceano ou indiretamente por meio dos rios. Assim, vemos que a presença dos outros elementos dominantes como cloreto, resultaram do escape de gases do interior da terra por vulcões e fontes hidrotermais. O sódio e o cloreto então se combinaram para formar o constituinte mais abundante da água do mar, o cloreto de sódio.

As erupções vulcânicas submarinas contribuem fortemente para os íons no oceano. Em contrapartida a essas fontes de sais, há sumidouros que consomem parte dos sais dissolvidos: plantas e animais marinhos que usam sais (por exemplo, sílica, cálcio e fósforo) para construir os seus esqueletos ou conchas, sedimentos depositados no fundo do mar e que incorporam alguns sais (por exemplo, potássio e sódio), e ainda outros processos como a saída do sal transportada pela evaporação (maresia). 

Os íons de sódio, potássio, cálcio, magnésio, cloro, sulfato e bicarbonato são os maiores contribuintes para a salinidade da água. A forma como a salinidade varia de um oceano para outro depende quase inteiramente do balanço entre evaporação e precipitação e a capacidade de mistura entre a camada de superfície e as mais profundas. Cada oceano, cada mar apresenta salinidade diferente.


Oceano Atlântico: 3,54 %
Oceano Índico: 3,48 %
Oceano Pacífico: 3,45 %
Mar Báltico: 0,8 %
Baía de Kiel (Alemanha): 1,5 %
Golfo da Finlândia e da Bótnia: 0,1 %
Mar do Norte: 3,5%
Mar Mediterrâneo: 3,74 %
Mar Negro: 1,7 - 1,8 %
Golfo Pérsico: 4 %
Mar Vermelho: 4 %
Mar Cáspio: 1,3 %
Mar Morto: 27 % em média
Mar Morto: 32,66% a 50 m profund.
Mar de Aral: 34,8% em média,     salinidade mais alta do mundo
Mar de Aral: 38,8% a 20 m profund.


Os valores de salinidade na superfície dos oceanos tem valores máximos em latitudes de cerca de 20 graus, onde a evaporação excede os valores de precipitação atmosférica. Essas áreas correspondem aos desertos quentes que existem em latitudes similares na Terra. As salinidades decrescem à medida que a latitude aumenta ( na direção dos pólos) e na direção do Equador. 

Modificações de cada local se superpõe ao padrão geral de distribuição. Os valores salinos podem diminuir nas proximidades de uma  grande fonte de água doce próximas as montanhas e grandes rios, nas proximidades de geleiras e neve em altas latitudes. A salinidade tende a ser maior em lagos e em mares fechados em latitudes baixas onde a evaporação é alta e o fluxo de água doce é pequeno. 

Principais íons salinos da água do mar 
(%m significa porcentagem em massa)

Cloreto (Cl-): 55,04 %m 
Sódio (Na+): 30,61 %m
Sulfato (SO42-): 7,68 %m
Magnésio (Mg2+): 3,69 %m
Cálcio (Ca2+): 1,16 %m
Potássio (K+): 1,10 %m